NEP INFORMA: Doença de Alzheimer

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Artigo escrito pela enfermeira Fernanda Luiza Pereira

Sob Coordenação do Núcleo de Educação Permanente (NEP)

Coord. Peterson Gomes Faria 

A Doença de Alzheimer é uma doença incurável e com agravamento crescente com o passar do tempo, mas pode e deve ser tratada. Grande parte de suas vítimas são pessoas idosas. Talvez, por isso, a doença tenha sido, de forma errada, conhecida como “esclerose” ou “caduquice”.

Um dos mais comuns sintomas é a perda de memória, mas não necessariamente é o primeiro que se manifesta. Outros sintomas podem aparecer logo no começo como a instabilidade emocional, mudanças comportamentais, dificuldades de concentração ou motoras, e dificuldade de tomar decisões e de realizar tarefas que eram facilmente executadas anteriormente. Esses sintomas podem ser confundidos com estresse ou fadiga, o que pode dificultar sua identificação. Ao perceber mudanças e perdas, é importante que o paciente passe por uma avaliação médica com um clí­nico geral ou que procure especialistas em neurologia, geriatria e psiquiatria.

A linguagem é uma das funções cognitivas que pode ficar afetada nos quadros demenciais. A fala é o resultado de muitas tarefas mentais complexas e alguma dificuldade pode prejudicá-la. Para uma fala coerente e contextualizada, o paciente precisa estar atento à conversa, ter clareza do contexto em que acontece, reter informações e ainda ter boa compreensão. Se algumas dessas etapas caracterizar-se por uma falha, a fala pode aparecer comprometida. Além disso, pode haver problemas articulatórios (envolvendo a parte motora). Portanto, são muitas as interferências que podem prejudicar a fala do paciente.

Devem ser realizados exames para excluir a possibilidade de outras doenças. Faz parte da bateria de exames complementares uma avaliação aprofundada das funções cognitivas. A avaliação neuropsicológica envolve o uso de testes psicológicos para a verificação do funcionamento cognitivo em várias esferas. Os resultados, associados aos dados de história e observação do comportamento do paciente, permitem identificar a intensidade das perdas em relação ao ní­vel prévio e o perfil de funcionamento permite a indicação de hipóteses sobre a presença da doença.

O  tratamento não medicamentoso consiste em estratégias que não envolvam remédios para ajudar a aliviar os sintomas e tentar retardar a progressão da doença, além de deixar o paciente mais ativo, como:

  • Estimulação cognitiva “uso de funções preservadas a partir de atividades práticas e de exercícios mentais que favoreçam o raciocí­nio.
  • Estimulação social €“convívio com outras pessoas, passeios, grupos de discussão.
  • Estimulação física – fisioterapia, atividade física orientada, programa com educador físico.
  • Organização de rotina e ambiente – medidas de segurança domiciliar, organização e distribuição criteriosa de atividades.

O paciente com Doença de Alzheimer tem direito à assistência pública e a medicamentos gratuitos, de acordo com a Portaria 703 do Ministério da Saúde, que regulamenta o atendimento ao paciente de Doença de Alzheimer na rede pública.

Os direitos estabelecidos pela portaria englobam:

  • Consultas para diagnóstico.
  • Atendimento na rede púbica.
  • Atendimento em hospital-dia.
  • Atendimento hospitalar.
  • Visita domiciliar de profissional da saúde.
  • Tratamento acompanhado por equipe multidisciplinar.
  • Programa de orientação e treinamento para familiares.
  • Medicação gratuita.

O momento de impacto de diagnóstico é um período delicado. Muitos parentes e amigos relatam que ficam desorientados, com muito medo, dúvidas e preocupações. A família tende a se desestabilizar, pois passa a sofrer uma mudança impactante com perspectivas, inicialmente, assustadoras. Buscar informações sobre a doença é muito importante. Trocar experiências com pessoas que também têm familiares com Alzheimer tem demonstrado ser uma ferramenta muito útil, pois mostra que existem alternativas para adaptações.

Aceitar a nova realidade será um processo construído aos poucos a partir do convívio com a nova situação e das adaptações graduais que serão realizadas. Aos poucos, aceitando o processo de adoecimento e enfrentando o dia a dia, os sintomas e obstáculos, muitas alternativas são vislumbradas e novos relacionamentos estabelecidos. Além de um tempo de adaptação, os familiares/cuidadores precisam de informação, reflexão sobre escolhas e decisões e apoio emocional e social. Bem amparados, eles aprenderão a conviver com a doença e com a pessoa com Alzheimer com qualidade e serenidade.

Fonte: Abraz Associação Brasileira de  Alzheimer

http://abraz.org.br/

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