As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) são muito frequentes em nosso meio, bastando dizer que, de cada dez consultas realizadas no Brasil, duas são relacionadas a esses tipos de infecções. São doenças que passam de uma pessoa para outra através da relação sexual sem preservativo, seja de homem com mulher, homem com homem ou mulher com mulher. Qualquer pessoa pode contrair essas doenças. Portanto, fique atento. Algumas DSTs, como a sífilis, a hepatite B e a Aids, podem ser transmitidas também através do sangue contaminado e durante a gravidez para o bebê, se a mãe estiver contaminada.
Ao contrário do que muitos pensam, as DSTs podem causar doenças graves, problemas sexuais, esterilidade, aborto, nascimento de bebês prematuros, deficiência física ou mental nos bebês de grávidas contaminadas e alguns tipos de câncer. Além disso, quando uma pessoa apresenta uma DST tem uma chance maior de pegar outra DST, inclusive a Aids.
A maioria das doenças sexualmente transmissíveis tem cura, mas devem ser corretamente diagnosticadas e tratadas por profissionais especializados de saúde. Nunca siga conselhos de terceiros, vizinhos, colegas, parentes, ou qualquer outra pessoa. Siga o tratamento prescrito pelo médico que o estiver acompanhando até o final e informe à(s) pessoa(s) com quem mantém ou manteve recente relacionamento sexual que está com uma DST, evitando que o problema continue.
Aqui nós vamos falar das principais doenças que podem ser transmitidas através do relacionamento com parceiros(as) infectados. Para evitar estas doenças e mesmo para enfrentá-las, cada um precisa conhecer o seu próprio corpo e ter muita garra para viver com saúde!
* CORRIMENTO URETRAL
– Uretrite gonocócica – (gonorreia)
Esta é uma das mais comuns entre as doenças transmitidas sexualmente. De seis a oito dias após o ato sexual, a pessoa começa a sentir ardência e dificuldade ao urinar, corrimento amarelado ou esverdeado ou até mesmo com um pouco de sangue, que sai do pênis, da vagina ou do ânus.
Se esta doença não for tratada, tanto no homem como na mulher, pode haver sérias consequências: pode causar esterilidade, que é a incapacidade de ter filhos; pode atacar o sistema nervoso, causando meningite; pode afetar os ossos e até o coração. Na mulher é mais difícil identificar os sintomas, por isso ela deve sempre procurar o Serviço de Saúde quando sentir alguma coisa diferente no seu corpo.
* CORRIMENTO VAGINAL– Nas mulheres, frequentemente, a infecção passa despercebida no início, mas muitas vezes evolui para invasão uterina no primeiro ou segundo período menstrual, podendo causar também infecção das trompas e até de todo o abdome. O corrimento é amarelado, esverdeado ou com um pouco de sangue. O período de incubação, normalmente, é de 2 a 7 dias, mas, às vezes, pode ser mais longo.
– Uretrite não gonocócica
Os sintomas mais comuns dessa doença são: dor para urinar, aumento da frequência urinária, secreção (corrimento) pela uretra, dor durante ejaculação ou relações. Menos frequentemente, dores testiculares com “inchume” do mesmo, febre e mal-estar. As uretrites podem levar infecção a outros órgãos do aparelho genital e urinário como testículos (orquite), epidídimos (epididimite), próstata (prostatite). A própria uretra pode apresentar complicações, como, por exemplo, estreitamento. A infertilidade, tanto masculina quanto feminina, é outra consequência temida das uretrites, bem como a transmissão para o feto.
A principal medida de prevenção das uretrites é através do uso de preservativo nas relações sexuais. Em caso de sintomas o indivíduo deve procurar o serviço de saúde mais próximo para avaliação e tratamento adequados.
– Tricomoníase
É uma doença comum nas mulheres. O corrimento é abundante, amarelado, aquoso e com mau cheiro. Pode provocar coceira e irritação da vulva, bem como dor durante a relação sexual. O período de incubação é, em média, de 7 dias após a relação sexual com pessoa infectada.
DST QUE CAUSAM ÚLCERAS (FERIDAS) GENITAIS
* Sífilis
É uma doença transmissível amplamente disseminada, envolvendo principalmente pessoas jovens entre 15 e 30 anos. Pode ser aguda (repentina) ou durar anos, se não for tratada, ficando cada vez mais grave. Primeiro aparece uma feridinha no pênis ou na vulva. A ferida não dói e, mesmo sem tratamento, ela desaparece. Por isso, é uma doença perigosa, pois a pessoa pensa que está curada, mas a doença continua no sangue. Alguns meses depois, irão aparecer manchas pelo corpo, até mesmo na sola do pé e na palma da mão. Essas manchas também somem sozinhas, mas a pessoa continua doente. Com o tempo, a sífilis pode causar cegueira, paralisia, problemas do coração e até a morte. O período de incubação é em torno de 3 semanas
* Cancro mole
Nesta DST, primeiro surgem nos órgãos genitais uma ou mais feridas dolorosas, com pus e mau cheiro. As feridas não desaparecem sem tratamento; pelo contrário, aparecem outras feridas em volta da primeira. O próprio doente, sem querer, provoca o aparecimento de novas feridas, ao se coçar. Muitas vezes, após algumas semanas, aparecem ínguas dolorosas na virilha. O período de incubação é de 3 a 5 dias e a transmissão continua acontecendo enquanto a doença não for curada.
* Herpes genital
Manifesta-se, de início, por pequenas bolhas do tamanho da cabeça de um alfinete (parecendo gotas de orvalho), agrupadas, que se localizam principalmente na vulva, no pênis ou perto do ânus. Ao se coçar, o próprio doente pode romper as bolhas, causando feridinhas. Homens e mulheres podem apresentar corrimento e dificuldade para urinar.
Após algum tempo, geralmente o herpes recomeça, havendo coceira e ardência local. Surgem novas bolhas e voltam a desaparecer de 3 a 15 dias depois, ou seja, o herpes é cíclico, isto é, costuma voltar depois de algum tempo. Isto se repete quase sempre nos mesmos locais. O tratamento faz desaparecer os sintomas e cicatrizar as feridas, mas o vírus do herpes fica sempre no seu corpo, mas a transmissão ocorre somente quando a pessoa estiver apresentando os sintomas.
* Condiloma acuminado
Também conhecido como Crista de Galo, Figueira ou Cavalo de Crista, esta doença causa o aparecimento de verrugas na região genital e/ou anal. É provocada pelo HPV (Papiloma vírus humano). Bem no início da doença, pode haver apenas uma ou duas verrugas pequenas. Nessa época, a doença não faz grandes estragos, porque o tratamento é muito fácil e a cura se dá em poucos dias. Mas se a pessoa não procurar logo o médico, as verrugas crescem e se espalham, ficando uma bem juntinha da outra, parecendo uma couve-flor. Aí, dependendo do tempo e do tamanho das verrugas, pode ser necessário fazer uma cirurgia para a pessoa ficar curada.
O período de transmissão é enquanto houver verruga ou enquanto estiver cicatrizando. Nas grávidas, é muito importante fazer logo o tratamento, pois a doença se agrava mais rapidamente, podendo prejudicar o parto e o bebê, ou até formando tumores.
Principais erros no uso da camisinha
- Usar só na hora da penetração
- Só tirar depois que o pênis amolecer dentro da vagina
- Colocar do avesso
- Não tirar o ar do reservatório ao colocar a camisinha
- Só colocar na hora da ejaculação
- Passar lubrificante que não seja à base de água
- Transar 2 vezes com a mesma camisinha
- Guardar em lugar incorreto (carteira, porta-luva ou qualquer lugar aquecido)
- Abrir com os dentes ou outros objetos cortantes.
ATENÇÃO!
- Nos postos de saúde são distribuídas camisinhas masculinas gratuitamente.
- Use uma camisinha (masculina ou feminina) a cada nova relação sexual.
- Confira a data de validade e os cuidados de conservação da camisinha.
- Caso a camisinha rompa durante a relação sexual, troque-a imediatamente.
- Nunca use a camisinha masculina e a feminina ao mesmo tempo.
- No sexo oral também é necessário o uso de camisinha. Existem no mercado camisinhas aromatizadas e com sabores artificiais, que evitam o desconforto do gosto e cheiro de borracha e lubrificante.
- Se engravidar, você deve cuidar da sua gestação desde o início. Todas as gestantes devem fazer o teste do HIV e da sífilis. Caso apresentar contágio pelo HIV ou sífilis durante a gravidez, procure atendimento médico para iniciar o tratamento indicado, prevenindo assim a transmissão para o bebê.
Texto compilado pelo coordenador Peterson Gomes Faria.