Karina Magalhães Fernandes – coordenadora da farmácia, com Daniella Rodrigues Pereira – gerente de serviços de apoio, Jaqueline Souza Machado – farmacêutica e Roberta Ferreira de Souza – auxiliar de farmácia. A farmácia do Hospital de Cataguases está com nível crítico no estoque de medicamentos.
Não é apenas a falta de leitos hospitalares para atendimento a pacientes suspeitos ou confirmados com covid 19, que se observa em nossa região, no estado e em todo país, que está deixando os gestores de unidades hospitalares, públicas ou privadas, extremamente preocupados. Diante da piora dos indicadores da COVID-19, com o número de novos casos em elevação contínua, demandando mais assistência médico-hospitalar, os estoques que estas unidades se programavam para um consumo de 30 dias, está se esgotando em uma semana, dez dias no máximo.
Essa escassez de medicamentos básicos para intubação de pacientes contaminados pelo vírus em estado grave, coloca os gestores das unidades hospitalares em alerta máximo e buscando ajuda junto a entidades e governantes, seja a nível municipal, estadual. federal ou internacional, para tentar contornar a situação e evitar que a situação caótica vivida em outros estados aqui se repita.
Apenas para exemplificar esta situação, apresentamos alguns dos medicamentos mais usados pelo Hospital de Cataguases, bem como os aumentos absurdos que aconteceram com o agravamento da pandemia:
Propofol: custo anterior de R$ 7,85 – última compra a R$ 16,90 e já na fila de espera para a sua aquisição a R$ 25,00;
Rocuronio: custo anterior de R$ 12,00 – penúltima compra a R$ 22,37 – última compra a R$ 50,00;
Dexmedetomidina: custo anterior e R$ 19,58 – penúltima compra a R$ 26,00 – última compra a R$ 35,00;
Dextrocetamina; custo anterior a R$ 44,72 e já na última compra a R$ 65,50.
Com a explosão de internações, entidades representativas do setor de Saúde temem o desabastecimento de insumos e remédios essenciais.
Ontem, o Ministério da Saúde requisitou os estoques da indústria de medicamentos que compõem o chamado “kit intubação”, incluindo anestésicos e bloqueadores musculares, para abastecer a rede do Sistema Único da Saúde (SUS) por 15 dias.
Em Minas Gerais, o número de diagnósticos da doença respiratória alcançou, ontem, dia 22 de março, 1.003.104 contaminados e os óbitos somam 21.303 desde o início da pandemia.
Profissionais da saúde e gestores hospitalares, tanto da rede pública quanto privada, reclamam da falta de medicamentos básicos para intubação, entre outros. A queixa é que, além dos preços altos, a demanda elevada pressiona o fornecimento. “Estamos vendo insumos que já estão sendo colocados em lista de espera, indicando que há um risco de começar a faltar. Aliado a isso houve aumento de até 700% dos preços de alguns dos itens como o Midazolam”, afirma Wesley Marques, superintendente da Associação e Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde de Minas Gerais (conhecida como Central dos Hospitais). Daniella Rodrigues Pereira, gerente de Serviços de Apoio do Hospital de Cataguases, calcula que “se continuar nesse consumo elevado que estamos verificando nas últimas semanas, nosso estoque entrará em colapso, no máximo, em duas semanas. Não é questão de recursos, é falta do produto nos fornecedores. Estamos fazendo os pedidos e tendo que em entrar em fila de espera que, em alguns casos, supera os 60 dias. É esse o alerta que fazemos à nossa comunidade e das cidades vizinhas: que todos se conscientizem da grave situação que enfrentamos e que, se esse quadro não for revertido, com a quedas nas internações, ficaremos sob risco de não ter condições de prestar o atendimento adequado às pessoas contaminadas em poucos dias por falta dos medicamentos necessários para a realização dos procedimentos médicos”.
Camilo Vória – Assessoria de Relações Públicas do Hospital de Cataguases com informações do jornal Estado de Minas