























A 21ª SIPAT foi realizada, este ano, no período de 12 a 16 deste mês, no auditório do Hospital de Cataguases, local amplo e arejado, propício para este tipo de evento, no 13º andar da instituição. O evento foi organizado e realizado pela CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de trabalho, com o apoio da equipe técnica de Segurança do Trabalho e da direção do Hospital de Cataguases além do apoio de estudantes da Escola de Enfermagem Joana D’Arc.
O cerimonial de abertura, na segunda-feira (12), foi realizado por Lincoln Soares Barroso (Técnico em Segurança do Trabalho) e a presidente da CIPA Raquel Aparecida de Oliveira Silva, com as presenças dos integrantes das Mesa Diretora José Roberto Furtado (Provedor) e Ulisses Portela (Tesoureiro), além de Eliermes Teixeira (superintendente Administrativo), convidados e um grande número de funcionários do Hospital.
Eles agradeceram a grande participação dos funcionários e o apoio recebido da administração do Hospital, bem, como de diversas empresas que contribuíram com doações de recursos e dezenas de brindes sorteados entre os participantes durante os cinco dias de duração do evento.
O primeiro palestrante foi o médico psiquiatra Atílio Montanari, que falou sobre Estresse, Ansiedade e Depressão; algumas formas como estas enfermidades se manifestam e da dificuldade para o tratamento, de como as pessoas se auto avaliam sobre estas enfermidades. “É muito comum as pessoas se estressarem, ficarem ansiosas, por qualquer motivo e se auto medicarem, o que pode causar danos ainda maiores em sua saúde”, destacou.
Ele lembrou que as alterações na vida das pessoas começam desde o nascimento: “uma criança que foi gestada durante nove meses, isolada e protegida no abrigo do ventre materno, recebendo os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento e, de repente, após o nascimento, passa a viver numa situação completamente diferente, com muitas pessoas ao seu redor, precisando ser alimentada e hidratada de uma forma diferente daquela à qual estava habituada. E assim segue durante toda sua vida, sempre passando por alterações físicas e psicológicas, convivendo com pessoas e situações, às quais precisa se adaptar, o que nem sempre é fácil”.
Atílio Montanário disse que estas alterações afetam todo tipo de pessoa, desde os mais humildes ao mais abastados, das formas mais variadas. “Por isso é importante estarmos atentos às alterações comportamentais das pessoas com as quais convivemos no nosso dia a dia. Qualquer alteração do sistema nervoso deixa rastros. Irritabilidade, tristeza, raiva, frustração, euforia desmedida, angústia, medo e outras variações comportamentais podem ser sinais do Estresse, Ansiedade ou Depressão, e precisam de acompanhamento especializado para evitar o aprofundamento desses sintomas e buscar alternativas para reverter a situação” explicou.
Ele ainda enfatizou como causas dessas situações a ambição das pessoas em quererem ter sempre mais coisas, bens móveis e imóveis, artigos supérfluos, “que trazem uma situação de status e conforto artificiais, já que muitas vezes não são essenciais para a nossa existência. É essa vontade de ter sempre mais, que leva muitas pessoas a assumirem responsabilidades acima de sua capacidade de cumpri-las, gerando este desgaste físico e emocional, que pode resultar nas enfermidades aqui abordadas”.
Na terça-feira, dia 13, o tema abordado na SIPAT foi “Ergonomia no Ambiente de Trabalho”, tendo como palestrante Thiago Rodrigues, Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Sudamérica, Pós graduado em Fisioterapia Intensiva e em Fisioterapia Cardiovascular, com formação em reabilitação cardíaca no Instituo Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro.
Ele abordou a importância da ergonomia na atividade profissional, como forma de ajudar a transformar funções rotineiras e estressantes em atividades prazerosas e com melhoria nas condições físicas e na qualidade de vida das pessoas. “Isso também se reflete na melhoria da convivência no ambiente de trabalho, melhora o desempenho dos funcionários e, com melhor produtividade, gera ganhos financeiros e na qualidade dos serviços prestados pelas empresas nos mais diferentes ramos de atividade”, destacou.
Thiago Rodrigues explicou que o objetivo da Ergonomia no Ambiente de trabalho visa proporcionar conforto físico (com a correção na postura para a realização das mais diferentes funções), melhorias na saúde dos funcionários, aumento nos níveis de segurança e na prevenção de acidentes e, consequentemente, reduz os custos no tratamento de sequelas causadas por erros de postura na execução das tarefas rotineiras.
Ele também abordou temas comuns e danosos no ambiente de trabalho como a anteriormente denominada LER (Lesão por Esforço Repetitivo), substituída por DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), a importância dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), além das normas que regem as relações entre empregados e empregadores.
Thiago encerrou sua participação exaltando a necessidade da realização de atividades físicas diárias para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, seja no ambiente de trabalho ou familiar. Ele disse que é possível a realização de atividades físicas mesmo em pequenos espaços, demonstrando como fazer alongamentos de braços, pernas, pescoço, coluna e correção de postura para levantamento de objetos mais pesados, todas, ações no sentido da prevenção da saúde física e mental das pessoas.
Na quarta-feira, dia 14, a 21ª SIPAT contou com os representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Cataguases: Tairises da Silva Roque (Enfermeira Especialista em Gênero, Sexualidade e Direitos Humanos, Especialista em Saúde da Família, mestrando em Saúde Pública e coordenadora de Vigilância Epidemiológica e do programa IST/HIV/AIDS do município de Cataguases) e Matheus Moutinho Crepalde (Sanitarista da Vigilância Epidemiológica).
Em sua apresentação chamaram a atenção para a mudança na forma de abordagem do tema, antes denominado DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) para IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Também foi destacada a discriminação existente no início da disseminação dos casos de HIV, quando, pelo fato de uma pessoa apresentar diferentes características de degeneração física, muitas vezes era associada a uma pessoa contaminada pelo vírus causador da AIDS. Lembraram quer, com o avanço da medicina e a descoberta de diferentes medicamentos, na atualidade, uma pessoa portadora do vírus HIV pode não apresentar nenhum sintoma, o que facilita sua transmissão. Por isso a importância do uso correto de preservativos nas relações sexuais para evitar a contaminação por esse vírus e várias outras doenças sexualmente transmissíveis, também por vírus (como Herpes e HPV) ou bactérias (Clamídia, Gonorreia e Sífilis).
Entre as ISTs de origem bacteriana foram citados como exemplos a clamídia, gonorreia e sífilis. Já as doenças dessa natureza, com origem viral, foram citadas a Herpes, HPV e HIV
Sobre a gonorreia, disse que os sinais e sintomas da infecção pela bactéria Neisseria gonorrhoeae podem variar de acordo com o tipo de relação sexual desprotegida, ou seja, se foi oral, anal ou com penetração, sendo os sintomas mais frequentemente observados os seguintes: dor ou ardor ao urinar; incontinência urinária; corrimento branco-amarelado, semelhante ao pus; inflamação das glândulas de Bartholin, que ficam nas laterais da vagina e são responsáveis pela lubrificação da mulher; uretrite aguda, que é mais comum de acontecer nos homens; vontade frequente para urinar; dor de garganta e comprometimento da voz, quando há relação íntima oral; inflamação do ânus, quando há relação íntima anal.
No caso das mulheres, quando a gonorreia não é identificada e tratada corretamente, há aumento do risco de desenvolvimento de doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e esterilidade, além de também haver aumento da chance da bactéria espalhar-se através da corrente sanguínea e levar à dores na articulação, febre e aparecimento de lesões nas extremidades do corpo.
Nos homens a ocorrência de complicações é menos frequente, isso porque na grande maioria das vezes são sintomáticos, o que faz com que a identificação e início do tratamento da gonorreia seja mais rápido e fácil.
No entanto, quando o tratamento não é feito de acordo com a orientação do urologista, podem surgir complicações como incontinência urinária, sensação de peso na região do pênis e infertilidade.
Sobre a sífilis explicaram que se trata de uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum que, na maior parte dos casos, é transmitida através da relação sexual sem proteção. Os primeiros sintomas são feridas indolores no pênis, no ânus ou na vulva, que surge após o contato direto com a ferida de sífilis de outra pessoa e que, se não forem tratadas, desaparecem espontaneamente e retornam depois de semanas, meses ou anos nas suas formas secundária ou terciária, que são mais graves.
A sífilis tem cura e o seu tratamento é feito através de injeções de penicilina, orientadas pelo médico de acordo com a fase da doença em que o paciente se encontra.
No entanto, os sintomas têm tendência a ir evoluindo, variando de acordo com a fase da infecção:
1. Sífilis primária
A sífilis primária é o estágio inicial da doença, que surge cerca de 3 semanas após o contato com a bactéria responsável pela doença, o Treponema pallidum. Essa fase é caracterizada pelo aparecimento do cancro duro, que corresponde a uma pequena ferida ou caroço que não dói ou causa desconforto, e que desaparece após cerca de 4 a 5 semanas, sem deixar cicatrizes.
Nos homens, essas feridas geralmente aparecem em volta do prepúcio, enquanto nas mulheres elas surgem nos pequenos lábios e na parede vaginal. Também é comum o aparecimento dessa ferida no ânus, na boca, na língua, nas mamas e nos dedos das mãos. Neste período, também podem surgir ínguas na virilha ou próximo à região afetada.
2. Sífilis secundária
Após o desaparecimento das lesões do cancro duro, que é um período de inatividade pode durar de seis a oito semanas, a doença poderá entrar novamente em atividade caso não seja identificada e tratada. Desta vez, o comprometimento ocorrerá na pele e nos órgãos internos, já que a bactéria foi capaz de multiplicar e se espalhar para outros locais do corpo por meio da corrente sanguínea.
As novas lesões são caracterizadas como manchas rosadas ou pequenos caroços acastanhados que surgem na pele, na boca, no nariz, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, podendo haver algumas vezes também descamação intensa da pele. Outros sintomas que podem surgir são: ínguas em todo o corpo, mas principalmente na região genital; dor de cabeça; dor muscular; dor de garganta; mal estar; febre leve, geralmente abaixo de 38ºC; falta de apetite; perda de peso.
Essa fase continua durante os dois primeiros anos da doença, e surge em forma de surtos que regridem normalmente, mas que passam a ser cada vez mais duradouros.
3. Sífilis terciária
A sífilis terciária aparece em pessoas que não conseguiram combater espontaneamente a doença na sua fase secundária ou que não fizeram o tratamento adequado. Neste estágio, a sífilis é caracterizada por: Lesões maiores na pele, boca e nariz; problemas em órgãos internos: coração, nervos, ossos, músculos, fígado e vasos sanguíneos; dor de cabeça constante; náuseas e vômitos frequentes; rigidez do pescoço, com dificuldade para movimentar a cabeça; convulsões; perda auditiva; vertigem, insônia e AVC; reflexos exagerados e pupilas dilatadas; delírios, alucinações, diminuição da memória recente, da capacidade de orientação, de realizar cálculos matemáticos simples e de falar quando há paresia geral.
Esses sintomas costumam surgir depois de 10 a 30 anos da infecção inicial, e quando o indivíduo não é tratado.
Por isso, para evitar complicações em outros órgãos do corpo, deve-se fazer o tratamento logo após o surgimento dos primeiros sintomas da sífilis.
Com relação à clamídia a foi informado que esta é uma infecção bacteriana sexualmente transmissível (IST) que pode provocar sintomas como corrimento vaginal alterado e queimação ao urinar.
Também conhecida como cancro duro, normalmente aparece cerca de 10 a 20 dias após o contato com a bactéria, que acontece através de relação sexual anal, oral ou com penetração sem camisinha. Assim, o cancro duro pode aparecer na boca, no ânus, no pênis ou na vagina de acordo com a forma em que houve o contágio e pode ser identificado através das seguintes características: pequeno caroço rosado que pode evoluir para úlcera; bordas elevadas e endurecidas; centro da lesão mais claro; pode estar coberto por secreção transparente; O caroço não dói, coça ou causa desconforto.
Nos homens, o cancro duro pode ser identificado mais facilmente, pois na maioria das vezes aparece no pênis, no entanto no caso das mulheres a identificação do cancro duro é mais difícil, pois costuma aparecer nos pequenos lábios e na parede da vagina. Além disso, a identificação do cancro duro é dificultada pelo fato de desaparecer naturalmente após 4 a 5 semanas, sem deixar cicatrizes ou levar ao aparecimento de outros sinais ou sintomas. No entanto, o desaparecimento do cancro duro não é sinal de cura da doença, mas sim de que a bactéria está se espalhando pelo organismo e que pode levar ao aparecimento de outros sintomas à medida que se desenvolve.
Pelo fato de não doer ou causar desconforto o cancro duro é, na maioria das vezes, identificado durante exames ginecológicos ou urológicos de rotina, em que durante o exame físico o médico identifica a presença de um pequeno caroço rosado ou de úlcera vermelha na região genital.
Para confirmar que se trata do cancro duro, o médico pode realizar uma raspagem da ferida para avaliar a presença da bactéria no local ou solicitar a realização do exame para sífilis, que é conhecido como VDRL, que indica se há ou não infecção por Treponema pallidum e em que concentração da bactéria está presente no organismo.
O tratamento para o cancro duro é feito com injeções de Penicilina, cuja dose e duração deve ser recomendado pelo médico de acordo com o resultado dos exames. É importante que durante e após o tratamento a pessoa realize o exame para sífilis para que se saiba se o tratamento está sendo eficaz.
Para prevenir o aparecimento do cancro duro é preciso diminuir o risco de contato com a bactéria Treponema pallidum e, para isso, é importante que seja utilizado preservativo durantes as relações sexuais, mesmo que não exista penetração. Isso porque o cancro duro é altamente contagioso e, assim, a bactéria pode ser facilmente transmitida de uma pessoa para outra.
Na sequência da apresentação foram mencionadas as principais doenças virais que preocupam toda a comunidade médico/científica em todas as partes do mundo (Herpes, HPV e HIV).
Herpes
Transmitido pela relação sexual com uma pessoa infectada, o vírus do herpes causa pequenas bolhas e lesões dolorosas na região genital masculina e feminina.
As feridas podem acompanhar ardor, coceira, dor ao urinar e mesmo febre, e os sintomas podem reaparecer ou se prolongar quando a imunidade está baixa. A herpes não tem cura. A partir do momento em que a pessoa tem uma infecção, ela ter vários episódios ao longo da vida. A única forma de prevenção é o preservativo”
Além do incômodo causado pelas lesões, o herpes pode facilitar a entrada das outras doenças sexualmente transmissíveis.
Os portadores do vírus devem ter cuidado redobrado para evitar a transmissão, o que ocorre, principalmente, quando as feridas estão presentes, mas pode também ocorrer na ausência das lesões ou quando elas já estão cicatrizadas.
A doença pode ter consequências graves durante a gravidez, podendo provocar aborto e trazer sérios riscos para o bebê.
HPV
O Papilomavírus Humano existe com mais de 200 variações e se manifesta por meio de formações verrugosas – que podem aparecer no pênis, vulva, vagina, ânus, colo do útero, boca ou garganta.
O sexo é a principal forma de transmissão do HPV, seja pelo coito ou pelo sexo oral.
O HPV é uma preocupação grave de saúde pública pelo potencial de alguns tipos do vírus causarem câncer, principalmente no colo do útero e no ânus, mas também na boca e na garganta, que vêm aumentando entre os jovens.
O vírus pode ficar latente por períodos prolongados sem que haja sintomas, e é difícil erradicar a infecção por completo.
Por isso, especialistas recomendam que mulheres em idade reprodutiva façam exames preventivos anuais no colo do útero para monitorar o aparecimento de possíveis lesões que antecedem o câncer e que podem ser tratadas.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, menos de 60% dos jovens brasileiros usam camisinha com parceiros eventuais
O Instituto Nacional de Infectologia estendeu a recomendação a homens que fazem sexo anal desprotegido, que devem também fazer exames preventivos na região anal e no reto.
O Ministério da Saúde fornece a vacina quadrivalente, que protege contra quatro tipos de HPV. Com uma nova orientação do Ministério da Saúde, a vacinação continua destinada para meninas de 9 a 13 anos e agora também para meninos, na faixa de 11 a 14 anos.
HIV/Aids
O vírus da imunodeficiência humana é o causador da Aids, que ataca o sistema imunológico e derruba o sistema de defesa do organismo.
No Brasil, a epidemia de HIV/Aids é considerada estabilizada, mas, nos últimos anos, vem avançando entre os mais jovens e idosos, causando grande preocupação nos órgãos de Saúde Pública.
Esses números mostram que nossa população está mais vulnerável ao HIV e precisa ficar mais atenta aos métodos preservativos e procurar os serviços de saúde para se testar. Os mais jovens assistiram à epidemia quando o HIV ainda não tinha tratamento, por isso é possível que não tenham uma percepção sobre a gravidade do HIV, e os mais idosos, achando que a situação está sob controle assumem mais riscos e ficam mais expostos à contaminação.
O tratamento contínuo ao HIV pode controlar a doença, garantir a sobrevida dos infectados e tornar o vírus indetectável (o que equivale a prevenir a transmissão com uma segurança de 96%). Mas não pode curá-la. O teste rápido costuma detectar a infecção cerca de 15 dias após o contágio.
As campanhas costumam focar no uso da camisinha como método de prevenção, mas é essencial conhecer também a proteção disponível para casos de relação de risco desprotegidas, a chamada profilaxia pós-exposição, ou PEP, um conjunto de medicamentos contra o HIV que devem ser ingeridos por 28 dias no período imediatamente após o possível contágio. Mas essa proteção não pode ser realizada continuamente, pois tem um prazo especificado para que possa ser novamente ingerida.
Na quinta-feira o tema da palestra foi “Ética”. A abordagem foi realizada pelo advogado Gumercindo Rodrigues Gomes Neto, especialista e mestrando em direito e docente em Direito na faculdade Sudamérica.
Ele destacou a importância da ética na interação entre funcionários de uma mesma empresa, na relação entre empregadores e empregados, sobre responsabilidade criminal interna e externa, sobre normas constitucionais e normas sociais, regras para normatizar o comportamento social.
Gumercindo Rodrigues falou sobre a possibilidade de criminalização do uso de informações privilegiadas e imagens de pessoas e pacientes. “Imaginemos que uma pessoa falece. A equipe de enfermagem que lhe prestava o atendimento é a primeira a saber sobre a evolução dessa situação, e não pode simplesmente pegar um telefone e ligar para um membro da família apenas porque conhece essa pessoa. Ela precisa saber se é essa a pessoa indicada para receber a informação pois, caso, contrário poderá estar criando um problema ainda mais grave, já que esta pessoa também pode estar com o quadro de saúde agravado e, ao receber uma notícia desta natureza pode ter sua situação agravada’. São situações dessa natureza que precisam estar bem definidas sobre quem vai dar a informação e quem está relacionado para receber este tipo de informação.
Esse é apenas um exemplo dos muitos que acontecem pelo país afora, com pessoas usando inadequadamente informações e imagens sobre outras pessoas. “Visando normatizar situações dessa natureza é que se torna extremamente importante a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, estabelecendo limites e condicionantes sobre como e quando informações e imagens foram utilizadas de forma inadequada e impondo sanções a quem agiu em desacordo com a legislação, isso tanto no âmbito trabalhista como de forma geral. “Infelizmente é comum vermos nas redes sociais imagens sendo veiculadas de acidentes com vítimas, fatais ou graves, pessoas em situação de vulnerabilidade social, divulgação de notícias sem fundamentação concreta (as chamadas fake news), induzindo outras pessoas a um comportamento hostil, muitas vezes gerando até mesmo agressões morais e físicas. Tudo isso vinculado à falta de responsabilidade em buscar fontes confiáveis antes de passar ou repassar essas informações e imagens a um enorme número de pessoas ligadas nas redes sociais. São ações que podem, sim, levar a sanções cíveis ou criminais, de quem originou o fato e de quem o reproduziu sem verificar sua veracidade”
“O sigilo deve ser a baliza de comportamento ético em todas as situações envolvendo empregadores, empregados, clientes ou pacientes e na vida comunitária, evitando de todas as formas a exposição inadequada de dados pessoais e imagens sem o devido consentimento da pessoa e da empresa a que os fatos se referem”
Gumercindo abordou ainda a questão do assédio moral e físico dentro das empresas, veículos de transporte coletivo, locais de maior concentração de pessoas, escritórios, consultórios ou mesmo em locais públicos. “O assédio é uma ação criminosa, não importa onde aconteça e precisa ser denunciado por quem o sofre ou mesmo por quem presencia a situação, única forma de punir o assediador e evitar que essa situação se banalize, gerando riscos indiscriminados para todas as pessoas”.
“Precisamos saber conviver melhor com as pessoas na nossa vida pessoal, respeitando suas individualidades. No caso das empresas, trabalhar para que o ambiente em que as pessoas passam, muitas vezes, a maior parte de seus dias, seja o mais agradável possível, incentivando a comunicação e o respeito às normas internas. Estabelecendo normas comportamentais e de produtividade que permitam uma avaliação mais facilitada sobre se um funcionário está enfrentando problemas (portanto, precisando ser ajudado) ou se é causador de problemas (merecedor de punições de acordo com os problemas causados), podendo ser advertido, suspenso ou mesmo demitido por justa causa, dependendo da situação” ressaltou Gumercindo.
“Mas, é preciso lembrar sempre, a ética é determinante para uma melhor convivência, seja qual for a situação”, finalizou.
No último dia da 21ª SIPAT a palestra foi realizada por Ângelo Testa, socorrista, técnico em Segurança do Trabalho, formando em Enfermagem, instrutor de auto escola em veículos pesados e instrutor de sobrevivência em floresta e áreas isoladas, entre outras capacitações.
Ele falou sobre a importância de se estar preparado para agir em caso de acidente ou emergência. Explicou e exemplificou, com o auxílio de voluntários, o passo a passo dos primeiros socorros a serem realizados, que podem ser fundamentais para salvar uma vida. Como abordar, avaliar as condições físicas e clínicas e movimentar pessoas feridas em acidentes caseiros, áreas urbanas ou rurais, destacando como preocupação adicional na abordagem, o fato de a vítima estar inconsciente. “Em situações de parada cardiorrespiratória, os procedimentos imediatos, quando feitos de maneira correta, podem aumentar em mais de 80% as chances de sobrevivência da pessoa afetada”.
Ele mostrou (também com o apoio de voluntários) que a prestação de socorro a vítimas de acidentes, que estejam inconscientes, deve ser feita por pessoas que tenham conhecimento sobre como fazer o atendimento inicial, para que não se corra o risco de aumentar os danos já sofridos. “Qualquer movimento realizado no corpo da vítima, sem os cuidados necessários, pode resultar em danos nas articulações cervical e lombar, ou mesmo a órgãos internos em casos de fratura de costelas, agravando ainda mais a situação do acidentado”, explicou.
Ângelo Testa terminou sua palestra com a demonstração da técnica de deslocamento de vítimas dos locais onde os acidentes ocorreram para áreas mais apropriadas ao seu atendimento. “É importante avaliarmos também a nossa condição física para saber se conseguiremos carregar ou arrastar a vítima, lúcida ou desacordada, além da forma como isso deve ser feito para não ocasionar um agravamento da situação em que aquela pessoa já se encontra”.
Lembrou ainda que as pessoas que fazem caminhadas por trilhas em áreas florestais, passeios em bicicletas ou motocicletas, devem sempre estar atentos e levar consigo itens de primeiros socorros e que possam facilitar sua localização no caso de se perderem: “uma caixa de fósforos ou um isqueiro para acenderem uma pequena fogueira e produzirem fumaça, um aparelho telefônico com localizador, uma garrafa de água, um tecido impermeável, um canivete, ou seja, objetos que cabem perfeitamente numa pequena bolsa ou mochila, mas que podem ser essenciais para localizar e salvar pessoas perdidas em áreas florestais”, ressaltou.
A cerimônia de encerramento da 21ª SIPAT teve pronunciamentos de Raquel Aparecida de Oliveira Silva (presidente da CIPA), Eliermes Teixeira (superintendente Administrativo do Hospital) e do provedor José Roberto Furtado.
Eliermes Teixeira parabenizou os integrantes da CIPA pela organização e realização do evento, bem como aos palestrantes “que muito contribuíram abordando temas que fazem parte da nossa rotina de vida e de trabalho. Seria muito bom se pudéssemos realizar eventos dessa natureza mais vezes durante o ano, trazendo conhecimentos e propiciando essa grande interação que presenciamos durante o período em que a SIPAT foi realizada esse ano”
Em seu pronunciamento, o provedor José Roberto Furtado parabenizou os integrantes da CIPA pela organização do evento. Enfatizou a importância do evento, “não apenas para debatermos assuntos de grande relevância quando se fala em prevenção, mas também pela oportunidade de interação entre funcionários e administradores. “Foi o primeiro ano que pudemos nos reunir com um pouco mais de liberdade, ainda que estejamos em estado de atenção já que o final da pandemia ainda não foi decretado e precisamos continuar com algumas medidas restritivas de convívio. Mesmo assim, aqui, esta área ampla e arejada, permitiu que o evento fosse realizado, demonstrando que continuamos unidos em busca da superação de nossas dificuldades, dos grandes problemas que enfrentamos todos os dias, para oferecer sempre o melhor que pudermos para as pessoas que aqui trabalham e as que buscam os nossos serviços.
José Roberto parabenizou a todos que se envolveram direta e indiretamente na organização e realização da SIPAT neste ano, aos palestrantes, “que nos trouxeram sua importante colaboração abordando temas essenciais na nossa vivência e convivência diária”, além das empresas e pessoas que doaram os brindes sorteados durante os dias da realização do evento.
Raquel encerrou a cerimônia agradecendo a todos que contribuíram para a realização da 21ª SIPAT, aos palestrantes, administração do Hospital e empresas e pessoas que ajudaram direta e indiretamente para que o evento acontecesse, bem como ao grande número de funcionários que se fez presente durante os cinco dias de sua realização. “Agradeço a todos que nos ajudaram na organização e na realização da SIAT e a todos que dela participaram durante estes cinco dias em que pudemos nos confraternizar e conhecer um pouco mais sobre esse tema tão importante, em todos os momentos da nossa vida, que é a prevenção”.
A CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho do Hospital de Cataguases tem os seguintes integrantes, a seguir relacionados: Raquel Aparecida de Oliveira Silva (presidente), Luiz Antônio Ramos (vice-presidente), Jordana Gonçalves Afonso (secretária), Eduardo Roberto Santos, Maria Celeste Izau Vidal, Paulo Roberto Mota, Josué Gomes Lima, Rafael Silvério Costa, Márcio Gomes Porfírio, Joana D’Arc Máximo de Souza, Jéssica dos Santos Silva, Cássia Máximo Barros, Cássio Maia Silva, Ademir José Hipólito, Alverinda Dias Souza Oliveira, Cristiane Maria Silva de Almeida, Gabriel José de Melo Castro, Maycon Roberto Junior, Tamires de Oliveira, Erika dos Santos Venor, Ana Paula de Oliveira Xavier e Erika Aparecida Gomes Dias.
A realização da 21ª SIPAT também contou com o apoio de Janine Espindola Alves, bem como dos técnicos de Segurança no Trabalho Juliana Evangelista Costa Coimbra, Lincoln Soares Barroso Filho e Joyce Severiano dos Santos.
SIPAT – “Segurança no trabalho se faz com planejamento e ações. Afinal, não queremos lamentar o acidente ocorrido, mas, comemorar o acidente evitado”. Mensagem da SID Publicidades e Try Agency aos idealizadores, realizadores e participantes da XXI SIPAT do Hospital de Cataguases.
Camilo Vória – Assessor de Relações Públicas do Hospital de Cataguases.