Distúrbio psíquico descrito na década de 1970 pelo psicanalista nova-iorquino Herbert J. Freudenberger, a Síndrome de Burnout também é conhecida como a síndrome do esgotamento profissional. No Brasil, o problema atinge 30% da população economicamente ativa (PEA), de acordo com pesquisa realizada pela International Stress Management Association do Brasil (Isma-BR) com mil profissionais de São Paulo e Porto Alegre, com idades entre 25 a 60 anos.
Falta de engajamento, amparo e esperança, emoções apáticas e sentimento de fracasso. Esses são alguns dos reflexos da Síndrome de Burnout. O problema se desenvolve com maior frequência em profissões em que o contato e a relação pessoal estão presentes, como as da enfermagem. Entre suas consequências estão exaustão emocional, despersonalização à tentativa de se proteger ou lidar com o esgotamento, que leva a um distanciamento e ao desenvolvimento de atitudes negativas e insensíveis no trabalho, e em relação as pessoas de seu convívio, além de diminuição de realização profissional.
De acordo com o enfermeiro Fábio Freitas Rocha, esses três fatores ficam nítidos quando se aponta para a sobrecarga das atividades laborais, baixa remuneração, a falta de autonomia e reconhecimento da enfermagem. Interessado pelo tema, ele redigiu o artigo científico “Síndrome de Burnout em profissionais de saúde”, sob a orientação da professora Gisele Simas Santos. O trabalho foi pré-requisito para conclusão da pós-graduação em Enfermagem do Trabalho da Faculdade Doctum, campus Cataguases, onde mora o profissional. “O objetivo do trabalho foi mostrar a preocupação na qualidade de vida dos profissionais de saúde e levantar alternativas para amenizar essa problemática”, explica.
Fábio Rocha explica que a ênfase nos profissionais de saúde está relacionada com a somatização de sentimentos, estresse, atividade laboral excessiva e muitas vezes demanda enorme de pacientes para poucos profissionais. “O que acaba desencadeando sentimentos de baixa autoestima, depressão, esgotamento físico e emocional, mudanças de humor e dificuldades de concentração. A Resolução do Cofen 527/2016 veio ao encontro na forma de um auxílio para amenizar isso, na tentativa de fazer as instituições de saúde a não abusarem de múltiplas tarefas de seus profissionais e cumprir o dimensionamento de enfermagem. Quem sabe assim, amenizando casos como a Síndrome de Burnout”.
Publicado por www.corenmg.gov.br
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